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Último sábado fui com minha mãe a um dos muitos shows que Roberto Carlos tem feito em comemoração aos seus 50 anos de carreira. Com ingressos na mão há mais de dois meses, mamis convidou-me e logo fiquei eufórica. É tanta coisa que ele representa... Li uma nota da Nina Lemos na Folha de São Paulo tentando explicar um pouco do fascínio que ele exerce e super concordei. Tudo muda e se rejuvenesce, revoluciona, moderniza, plastifica. Ele não. Ele continua o mesmo. O terno branco com o mesmo corte, o repertório quase sempre o mesmíssimo, nada de novos efeitos especiais, Nossa Senhora no começo e Jesus Cristo no final do show, que termina com o mesmo gesto de jogar rosas à plateia beijando-as uma a uma. Isso nos conforta, nos acalenta. Saber e sentir que ele está lá e que continua fazendo tudo igual, exatamente do jeito que gostamos e que nos emocionamos, é muito apaziguador ao coração, tem efeito calmante. Lembrei-me de todos os especiais de Natal que assisti com minha avó, passei a maior parte do show cantando todas as músicas e em algumas com lágrimas nos olhos. E ver minha mãe (fã de Roberto desde os tempos da Jovem Guarda, sim, as jovens tardes de domingo) com binóculos nas mãos e uma expressão quase infantil de alegria no rosto, tudo isso não tem preço.