segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Castelo de Vidro

Acado de ler mais um título na linha "mais vendidos". Prometo que vou voltar minha atenção aos clássicos, pelo menos agora nesse período de recesso no trabalho. Mas "O Castelo de Vidro", que passou dois anos na lista de best-sellers do The New York Times, tem seus méritos. São as memórias da bem sucedida jornalista americana Jeannette Walls, que teve uma infância de extrema pobreza ao lado do pai alcóolatra e da mãe negligente e (não havia esse diagnóstico no livro, mas dá pra reconhecer de longe pelo comportamento e atitudes) bipolar. Jeannette e os três irmãos recolhiam o que comer no lixo e moraram em estações de trem abandonadas à casebres úmidos e sem aquecimento. Mas ao mesmo tempo em que a criação das crianças era inóspita e desprovida de estrutura e disciplina, era incentivadora da curiosidade, da aventura, da leitura e descoberta, o que fez com que as crianças Walls fossem consideradas bem dotadas em algumas das escolas por que passaram. Em dado momento, os filhos cresceram e foram tentar a vida em Nova York. Os pais nômades acharam a idéia interessante e acabaram seguindo os passos dos "herdeiros". Na Big Apple viraram moradores de rua. Um livro inspirador, que instiga emoções das mais diversas. Os capítulos breves e a linguagem leve impulsionam a leitura e permitem que as 360 páginas sejam vencidas ao cabo de uma tarde ociosa de domingo. É acima de tudo uma história de superação e mudança de vida. Do sofrimento, escassez e falta de dignidade à vida próspera, saudável e feliz, contadas sem um pingo de mágoa nem de ressentimento. Serve tanto para valorizar o que temos como para buscarmos sempre mais.

2 comentários:

Anônimo disse...

Se eu fosse você, dedicaria a maior parte do seu tempo nos clássicos, que são a janela da alma.

Marília disse...

tsc, tsc... best-sellers também têm o seu valor! é literatura contemporânea... hehehe