“Uma história sobre uma doença que não existe e não vai existir, em uma cidade genérica, com personagens sem nome.” Foi assim que o diretor brasileiro Fernando Meirelles definiu seu último trabalho, que estréia nas salas brasileiras em 12 de setembro. No melhor estilo "ame ou odeie", Ensaio sobre a Cegueira deve dividir opiniões entre os espectadores assim como em sua primeira exibição no Festival de Cannes. Extremamente fiel ao romance homônimo do escritor José Saramago, único autor de língua portuguesa a ser contemplado com o Prêmio Nobel de Literatura, o longa apresenta o drama de uma cegueira epidêmica que culmina em uma série de situações degradantes à toda a sociedade. Repleto de cenas fortes e polêmicas, o filme conta com ótimas atuações de Julianne Moore, Mark Rufallo, Gael Garcia Bernal e Alice Braga. A luz estourada permeia todo o longa, dando um aspecto esbranquiçado que remete à cegueira branca que acomete os personagens. O ritmo é tenso e às vezes um tanto nervoso. Muitas das cenas externas foram rodadas em São Paulo, no centro da cidade e até mesmo na nova ponte Octavio Frias de Oliveira, no Morumbi, e é interessante ver a metrópole que conhecemos inteiramente vazia.
Resultado de três anos de trabalho, o filme é mais uma produção independente na carreira de Meirelles, que dirigiu Cidade de Deus e O Jardineiro Fiel. Fernando fez questão de deixar claro que não trata-se de um filme hollywoodiano e sim do resultado de uma cooperação entre Brasil, Canadá e Japão. Vale a pena conferir.
Resultado de três anos de trabalho, o filme é mais uma produção independente na carreira de Meirelles, que dirigiu Cidade de Deus e O Jardineiro Fiel. Fernando fez questão de deixar claro que não trata-se de um filme hollywoodiano e sim do resultado de uma cooperação entre Brasil, Canadá e Japão. Vale a pena conferir.