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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Shoe lovers

MaryJane meia pata e mega plataforma de Yves Saint Laurent


Desde que Roger Vivier criou o salto stiletto em 1954 os sapatos femininos nunca mais seriam os mesmos. E nosso desejo por eles também não. Há até quem acredite que é possível definir a personalidade de uma mulher pelo sapato que ela está usando. 
Exagero ou não, o fato é que já há algum tempo a bolsa perdeu o posto de rainha absoluta no quesito "acessório que faz o look". Atualmente os sapatos têm sido protagonistas da roupa, principalmente os modelos mais inusitados, com detalhes e shapes que fogem do lugar comum.

As outrora fanáticas por it bags agora estão em busca dos mais ousados it shoes. E não são poucos. Ankle boots, oxfords, clogs, peep toes de meia pata, com detalhes no salto, cores na sola, em verniz, com laços, tachas, correntes, acrílico, fivelas mil, pedras, cristais, animal prints, peles, penas, rendas, recortes no couro... O céu é o limite quando o assunto é a criatividades dos shoe designers desta era. As apaixonadas por sapatos agradecem tamanha diversidade e se divertem na hora de montar suas produções. Afinal, fashion is fun! 


Confira a seleção FARTETCH.COM dos top top sapatos da atualidade para comprar JÁ! 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

L´amour fou


E quando a gente imaginava que tudo já havia sido dito, falado, escrito e exposto sobre Yves Saint Laurent eis que chega a 34. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo tendo como um dos destaques de sua programação o documentário L´amour fou (O louco amor de Yves Saint Laurent), uma produção francesa do diretor  Pierre Thoretton. Nos cem minutos da película se desenrolam histórias da vida do célebre estilista e Pierre Berger, seu parceiro na vida e nos negócios. Como se conheceram, quando Yves, um rapaz de 21 anos assumia a criação da maison Dior, como criaram juntos a maison YSL, como viviam em Paris e em Marrakhesh, no Marrocos, como começaram sua estupenda coleção de arte... E aí o documentário mergulha no que foi o leilão do século, que rolou em fevereiro deste ano no Grand Palais de Paris, sob a tutela da Christie´s. Porque Berger optou por se desfazer das obras de arte e qual o relacionamento dos dois com esses objetos preciosos garimpados ao longo de uma vida, está tudo no filme. Me lembrei de uma das matérias que mais orgulho de ter feito, para Wish Report em outubro de 2009 (depois vou linkar aqui), sobre o leilão que meses antes de acontecer já causava frisson entre colecionadores, galeristas, marchands e também fashionistas, já que a coleção de arte carregava um importante carga na criação de moda de Saint Laurent. Se você gosta de moda, arte e Yves Saint Laurent, L´amour fou certamente vale a ida ao cinema. O filme será exibido mais duas vezes na mostra: dia 29/10, sexta às 21h no Cinemark do Cidade Jardim e dia 03/11, quarta, às 19h na Sala Tam.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mauvais garçon

Ainda na série incansável e sem fim Descobertas de YSL. O passeio na livraria do museu de moda (des Arts Decoratifs) rendeu e saí do número 107 da Rue de Rivoli com uma baita sacola. Entre outras coisas, achei o livro Yves Saint Laurent - Mauvais Garçon, uma biografia não autorizada do estilista, da jornalista francesa Marie-Dominique Lelièvre. Já tinha lido alguma coisa sobre o livro, lançado na França em janeiro deste ano, na imprensa brasileira e quando o vi dando sopa na prateleira não pensei duas vezes. Estou ainda no começo mas a leitura é leve e cheia de detalhes quentes da vida de Yves. O título Mauvais Garçon, garoto mau já diz muito. Marie-Dominique desvenda o mito de gênio e bom moço e descortina uma personalidade atormentada pelo próprio talento e sucesso, um homem frágil e ansioso, dependente de whisky, cocaína e anfetaminas. A autora da biografia (também não autorizada) de Serge Gainsbourg conversou com 50 pessoas ligadas a Yves, entre amigos, modelos e musas, funcionários, médicos e familiares e construiu um personagem bem diverso daquele que estamos acostumados a reverenciar. Vou devorar, to mega curiosa. O comecinho já tá demais, ele era amiguinho do Lagerfeld e circulavam por Paris fazendo miséria nos 60´s, meu bem... Um bapho só...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Pai da vilã







Faceta desconhecida de YSL é a de pai da Lulu. Sim, o estilista criou uma personagem chamada La vilaine Lulu (A vilã Lulu), uma menina mimada e egocêntrica de saiote vermelho, chapéu e sapatinhos pretos. Comprei na livraria do Musee des Arts Decoratifs uma reedição do original de 1967 do livro, um misto de desenhos soltos e história em quadrinhos, das Editions de la Martinière. Apesar de ser um livro de ilustrações está longe de ser infantil, tem humor ácido e conotações de sexualidade. Por meio da aparentemente ingênua Lulu, Yves debocha de seus contemporâneos, do meio da moda e dos costumes da sociedade da época. Não se surpreenda ao encontrar na obra do gênio com cara de bom moço traços de inteligencia sagaz e uma pitada de crueldade. Nada politicamente correta essa Lulu. E por isso mesmo divertidíssima. O livro está à venda também pela Amazon.com e em algumas livrarias brasileiras.
*Em uma das imagens acima, Lulu se admira no espelho e diz (tradução amadora): Eu me amo. Um pouco. Muito. Apaixonadamente. Loucamente! Bom, qualquer semelhança com a realidade da moda de outrora e de hoje em dia NÃO é mera coincidência.

terça-feira, 13 de julho de 2010

YSL no Petit Palais





Exposição sensação do verão. Dificil até fugir das inevitáveis rimas para definir a mostra de Yves Saint Laurent no Petit Palais, museu de belas artes de Paris que nunca havia em sua história recebido uma exposição de moda. Mas argumentou que YSL era não apenas um estilista, mas um "excepcional artista" e voilá.

O museu abre as portas as 10hs, portanto cheguei as 10h30, depois de tomar meu petit dejeuner tranquilamente, achando que seria easy. Ledo engano. A fila já atingia a marca de 30 metros e uma placa alertava: duas horas de espera. Meu passe livre seria a carteira internacional de imprensa, que no momento repousava em minha bolsa, lá no apartamento. O dia estava bonito, resolvi ficar e esperar numa boa. Fica já a dica: a fila dos que já tem convite comprado é muito mais ágil, vale a pena.

O que posso dizer? Que valeu cada minuto de espera? Seria pouco... muito pouco. Quinze salas temáticas destrincham toda vida e obra de Yves, esse deus da moda. Uma frase de Pierre Berger, após seu falecimento, é emblemática e para mim diz muito do que ele representou: "Chanel a donné liberté aux femmes, Yves Saint Laurent leur a donné le pouvoir" (Chanel deu liberdade às mulheres e YSL lhes deu o poder.)

Desde o início de sua carreira na Maison Dior, até a revolução dos gêneros que causou com o smoking feminino, sua obsessão com destinos longínquos e exóticos como Rússia, China e Índia para criação de suas coleções, seu relacionamento com a arte, sua ousadia com as cores, seu método de trabalho, seus passatempos, as criações para mulheres célebres, tudo está nessa fantástica retrospectiva. O clímax é a sala Le dernier Ball (o último baile) com uma seleção de chorar de emoção de vestidos de festa criados por Yves. Repito, chorar de emoção.
Saí emocionada, sorrindo como boba e pensando: se moda é sonho, YSL deve mesmo ser Deus. O site da expo, que segue até 29 de agosto, vale muuito a visita, dá pra sentir o que é essa retrospectiva histórica e imperdível. http://www.yslretrospective.com/

Musée des Arts Decoratifs


A expo de moda da vez em Paris (tirando a de Yves Saint Laurent no Petit Palais, que é hours concours, falo já) é a Histoire Ideale de la Mode, 70-80, que faz uma retrospectiva de todas as criações, criadores e verdadeiras revoluções fashion que aconteceram essas duas décadas cheias de novidades. Estão expostos looks de YSL (sempre!), Sonia Rykiel, Cacharel, Chloé by Karl Lagerfeld, Chanel by Lagerfeld, os surrealistas dos 80 Claude Montana, Thierry Mugler , Jean Paul de Castelbajac, e o japonismo de Kenzo, Yamamoto, Issey Miyake, Comme des Garçons e Azedinne Alaia, Christian Lacroix, Grés e outros nomes não tão conhecidos nossos. A maison de Madame Grés me impressionou muito, com seus vestidos de jérsei de seda, plissados incríveis, assimetrias e fluidez, criações da década de 70 mas supercontemporâneas. Além das roupas, muita informação em textos, fotos e vídeos de desfiles vintage, um verdadeiro deleite aos amantes da moda. Nas fotos acima, a entrada do museu, que é um anexo do Louvre mas com entradas e bilheteria independentes, na Rue de Rivoli, 107. E criação de Sonia Rykiel dos anos 70. A expo vai até dia 10 de outubro deste ano. O site do museu é uma graça, vale a visita virtual: www.lesartsdecoratifs.fr

segunda-feira, 8 de março de 2010

Red Carpet Oscar 2010

Começo com Demi Moore não pelo vestido em si, que ok, é um lindíssimo Versace, com babados sobrepostos de mega bom gosto e cor incrivelmente feliz para seu tom de pele. Mas não é nem isso que impressiona. O que acontece com essa mulher que fica mais jovem a cada ano? Tá certo que ter Ashton Kutcher como maridinho é um elixir da juventude e tanto, mas não é possível, tem de haver mais algum segredo! Ela dorme numa câmara hiperbárica? Vive de luz? Bebe cinco litros de água por dia e faz duas sessões de bronze semanais??? Por favor, alguém pode me explicar?

E o troféu originalidade vai para... Nicole Richie! Enquanto tooodas as celebrities optaram pelo tomara que caia ou ombro único, ela foi de decote zero e manga morcego no longo de paetês de Reem Acra. Sorry, mas esse ano não deu nem pra nossa eterna Carrie SJP, o título diva fashion do red carpet ficou com a ex-maluquete e BFF de Paris Hilton.

Tina Fey e o pretinho nada básico de Michael Kors. Ombro único, brilho, aplicações, amei. Quando o assunto é a roupa que vai vestir, essa moça não gosta de fazer graça não... Falando em Michael Kors, contei que o vi andando nas ruas de Milão todo faceiro? Na temporada de moda de outubro/09....

Sigourney Weaver apostou no vermelhão de ombro único Lanvin, com um drapeado leve e fluido meio coluna grega bem ao estilo Madeleine Vionnet.

Unir várias tendências e conseguir um bom resultado é pra poucas. Vide o metalizado, rendas, corte ajustado sem um pingo de vulgaridade, cabelo pro lado, make de diva. Palmas para Sandra Bullock e seu longo Marchesa. (E seu stylist, quem aí sabe quem é?) Look perfeito para ganhar um Oscar. E não é que levou? Modelito certo é tudo, bem! E voilá, tem mangas!!!! ÓÓÓÓHHH!

Kate Winslet tá deusa de Yves Saint Laurent. Apesar de compor o festival de tomara que caia e metalizados da noite, Kate tá gata, isso o que importa.Make e cabelo idem, tudo certo.

Maggie Gyllenhaall de Dries Van Noten. O colorido se destaca, isso é bacana. Mas não inspira. Pelo menos não a mim.

Zoe Saldana de Givenchy. Gostei da textura meio pompom da barra e do degradê sutil de cores.

Jennifer Lopez e um dos zilhares de tomara que caia da noite. O que o povo em Hollywood tem contra mangas, na boa? Detalhe que o Armani Privé lembra bastante (digo lembra pra ser delicada e manter a amizade) o Armani Privé (siiiiim) de Amanda Seyfrield. Abapha. Eu se fosse celebritie jogava uma praga pro Giorgio e suas quinze gerações seguintes. Desaforo!

Sarah Jessica Parker de Chanel. Essa aí incorporou a fashionista desde SATC e não larga mais! Que bom!
Um dos poucos , senão o único, tomara que caia que ameeei de paixão no tapete vermelho de ontem foi o Oscar de la Renta da Cameron Diaz. Luxuoso, bem cortado, ajustado ao corpo mas longe de qualquer vestígio de vulgaridade... Divino.

Amanda Seyfrield de Armani Prive

Nem mais nem menos. Tecido certo, corte certo, cores ok. Talvez as três "faixas" pretas do vestido Chanel deem uma óptica não muito favorecida à silhueta de Diane Krueger, mas tem textura, leveza e pasmem! conseguiu fugir do tomara que caia! Já merece crédito!

Penelope Cruz de Donna Karan. Ela é sempre diva, mas sem dúvida já teve dias melhores. O tafetá pesou, a cor não favoreceu e ficamos com a impressão de que titia Karan foi por demais generosa com as medidas e Pepe foi à cerimônia portando dois metros de tecido a mais do que o necessário. Justo ela que é sempre uma aparição no red carpet. Pena.

Rachel McAdams, de Ellie Saab. Só eu achei que esse floral abstrato apagadinho a envelheceu dez anos? O libanês é gênio em gowns red carpet, mas não foi muito feliz nessa empreitada. Ela é tão lindinha, poderia brilhar muito mais com uma cor mais intensa ou algo mais estruturado, uma pitada de brilho, sei lá. Faltou.

Vera Farmiga de Marchesa. Um vestido ou uma instalação artística? Lady Gaga vestiria fácil. Adoro pela cor e ousadia, não é qualquer uma que segura. Só não precisava do batom vermelho e os brincos de pérola giga à la vovó. Ficou old.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Le temps retrouvè



Neste final de semana prolongado descansei e vi filmes. Disparado o que mais gostei foi Yves Saint Laurent – Le temps retrouvè, documentário de 2003, com pouco mais de uma hora de duração, dirigido por David Teboul, que mostra o íntimo do criador argelino radicado na França, um dos estilistas mais significativos do último século. Sua infância em Oran, seus primeiros passos na carreira, o começo com Christian Dior, depoimentos de sua mãe, de sua musa e fiel escudeira Loulou de la Falaise e de seu companheiro Pierre Berger.

Yves desde jovem tinha a fala mansa, pausada e de volume acalentador. Já mais velho, a mesma voz frágil tornou-se trêmula e seu olhar revelou-se o de uma pessoa extremamente tímida e um tanto atormentada por sua própria genialidade. Em umas das cenas do documentário ele se assume como extremamente crítico, que se auto tortura e magoa. Forte, não? Muitas frases de efeito, dentre as quais: “Il n´y a pas de creations sans douleur” (Não há criação sem sofrimento) foi uma das que achei mais marcante. Em outra ele explica o porquê se inspirou no guarda-roupa masculino para suas criações: “Via que o homem tem muito mais confiança na sua vestimenta e quis trazer essa confiança às mulheres”. Yves conta porque foi o primeiro costureiro a contratar manequins negras em Paris. Aos três anos de idade Yves mudou a roupa de uma tia antes dela sair de casa, por não concordar com seu look. Pode isso? Quem gosta de moda tem que assistir, é de ficar emocionado com tudo o que ele representa. Em tempo: o nome é o mesmo da obra prima do filósofo francês Marcel Proust, leitura favorita de YSL.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Voyages Extraordinaires


Essa é para as cariocas fashionistas já marcarem na agenda. Rola no Rio, a partir de 26 de maio até 19 de julho, a exposição Yves Saint Laurent - Viagens Extraordinárias que reúne peças de alta costura do mestre, croquis e gravuras que ele mesmo fazia e enviava aos amigos nas festas de fim de ano, como cartão de Natal, hábito fofo que durou mais de 40 anos. Nas peças e esboços nota-se a explícita inspiração do mestre com destinos exóticos como Marrocos, India e Rússia. Repleta de referências sensorias das preferências artísticas do estilista, a mostra conta até com suave trilha sonora de música erudita. A exposição, que foi apresentada apenas na Fundação YSL- Bergè em Paris sai da França pela primeira vez para integrar o calendário cultural do Ano da França no Brasil. No CCBB Rio - R. Primeiro de Março, 66, Centro. Terça a domingo, entrada gratuita. Mais detalhes em Wish Report 28. (O cartaz é da expo parisiense, em 2007. E o croqui, um dos muitos que estarão expostos, um mais incrível que o outro)

quarta-feira, 4 de março de 2009

Leilão do século


Como previsto, o leilão da coleção de arte de YSL e Pierre Berger pela Christie´s em Paris foi mesmo o leilão do século, superando todas as expectativas. Todas as obras foram arrematadas(com exceção do Picasso, cujo lance máximo foi de 31,5 mi de euros, abaixo do valor pedido por Berger) e o resultado final da venda foi de 373,5 milhões de euros. Em plena crise financeira mundial, bateu o recorde de uma coleção particular de arte, de 1997. O quadro acima, Les coucous, tapis bleu et rose, de Matisse, foi vendido por 36 milhões de euros. Sem falar nos Mondrian, Chirico, móveis art deco, esculturas de bronze... Benemérito, Yves doou o Goya acima ao Louvre no leito de morte.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Califórnia recebe YSL

Está rolando até o dia 05 de abril a exposição Yves Saint Laurent no de Young Museum de São Francisco, nos Estados Unidos. Em parceria com a Fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent, na exibição o visitante verá as formas que tornaram de Yves um ícone da moda e os recursos dos quais se valia para sua criação, como arte, literatura, história e a própria natureza. Estão expostos mais de 130 modelos do estilista, além de desenhos e fotos. O de Young fica no número 50 da Hagiwara Tea Garden Drive, no Golden Gate Park. Na foto, um modelo YSL de gala, 1970.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Coleção de arte de YSL será leiloada


Wish mostra com exclusividade a coleção particular de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé. Companheiros por décadas, eles mantinham, em casa, 700 obras, dentre Picasso, Mondrian, Matisse, Goya e Cézanne. Tudo isso, em breve, estará à venda.
por Marília Levy

Uma das mais suntuosas coleções privadas de arte da Europa está à venda. São mais de 700 obras de diversas épocas, estilos e continentes, dentre quadros, esculturas, móveis e antigüidades. O conjunto impressiona não só pela quantidade, mas também pelo ecletismo e valor artístico. Há telas de Mondrian, Matisse, Goya, Picasso e Cézanne. O extraordinário tesouro é resultado de 50 anos de parceria de dois grandes admiradores da arte: Yves (Henri Donat Mathieu) Saint Laurent e Pierre (Vital Georges) Bergé. Companheiros e sócios desde que se conheceram em 1958, ambos compartilhavam o mesmo amor à arte e iniciaram juntos uma estupenda coleção, dividida em dois endereços: no apartamento de Pierre, na Rue Bonaparte, e na residência de Yves da Rue Babylone, ponto nobre do 7º arrondissement, na Rive Gauche de Paris.

Filho da classe média do interior francês, Pierre migrou para Paris para se dedicar à literatura. Fez amigos como o escritor Jean Cocteau, de quem detém os direitos da obra até os dias atuais. Ao final da década de 1950 conheceu o jovem costureiro Yves, recém-chegado da Argélia, que logo seria assistente de Christian Dior. Foi o início de uma união para toda a vida. Bergé se tornou sócio da maison de alta costura de Yves Saint Laurent, que abriu as portas em 1962. A partir daí, encabeçaria todas as negociações e se tornaria o empresário da excepcionalmente bem-sucedida grife. Mas sua participação no mundo da moda não se limitou à sociedade com o estilista. Em 1973, Bergé criou o grupo Mode et Création, que representava os estilistas de Paris perante a Câmara Sindical da Moda, e os incentivou a apresentar suas coleções no mesmo evento. Nascia, ali, a primeira Semana de Moda da cidade. Coleção após coleção, de alta costura e prêt-à-porter, Yves Saint Laurent marcou para sempre seu nome na história do vestuário contemporâneo e sua morte, em junho deste ano, foi considerada a perda de uma das últimas lendas vivas da moda, ao lado de Gabrielle Chanel, Christian Dior e Hubert de Givenchy. A quem possa estar se perguntando o porquê de se desfazer de tamanho patrimônio cultural acumulado ao longo de décadas, Pierre Bergé explicou na ocasião do anúncio oficial do leilão: "Yves está morto. Essa coleção não tem mais significado para mim, quero apenas dar um fim a tudo isso." Do enorme acervo, Bergé reservou apenas duas peças de maior valor afetivo: uma escultura africana e o retrato do estilista feito por Andy Warhol em 1972.

A Christie’s, organizadora do evento, é parcimoniosa ao falar de valores e acredita que a soma deverá chegar a 300 milhões de euros. Porém, especialistas revelam que se trata da "venda do século", e que deve ultrapassar com facilidade a marca de meio bilhão de euros, ou quase um US$1 bilhão. Peças improváveis de se achar fora de um museu, como uma escultura de madeira do período ptolemaico egípcio, datada do século 4 a.C., estará à venda a um lance inicial de 70 mil euros. Mestres em mesclar estilos artísticos dos mais diversos na decoração, Laurent e Bergé conseguiam compor ambientes onde uma escultura chinesa da Dinastia Qing e vasos art déco de Jean Dunand conviviam em perfeita harmonia com tapeçarias Gobelin, móveis italianos do século 18 e composições cubistas de Fernand Léger e Mondrian. "Para Yves Saint Laurent, a arte era uma necessidade vital, indispensável à sua inspiração, era como o ar para sobreviver. Ela apaziguava sua personalidade depressiva", relembrou o marchand de antigüidades Alexis Kugel ao periódico francês Le Figaro.

O leilão acontece durante três dias, de 23 a 25 de fevereiro de 2009, no saguão do Grand Palais, em Paris. Parte da renda será destinada à pesquisa de novos medicamentos para a Aids e à manutenção da Fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent, espaço criado em 2002 no número 5 da Rue Marceau para manter viva a memória do criador. A fundação reúne toda a obra do estilista, de croquis do início da carreira a modelos de alta costura e recebe exposições de arte e moda.

PUBLICADO EM WISH REPORT 25

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Yves Saint Laurent


O mestre Yves morreu ainda este ano e sua memória ainda está viva na mente de seus admiradores. Que responsabilidade para o italiano Stefano Pilati, que não bobeou, matou no peito, dominou, chutou no ângulo e marcou com coleção coerente, bela e correta.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Adeus YSL


Lembro como se fosse ontem. Estava passando uma temporada em Paris (tipo intercâmbio, fiquei na casa de uma velhinha fofa que não falava uma palavra sequer que não fosse o bom e velho français) em 2002, e a televisão francesa só falava da aposentadoria de Yves Saint Laurent. Que depois de décadas de sucesso, ele abandonaria as passarelas, foi uma comoção nacional. Eu fiquei encantada em ver que a moda não era vista como frivolidade e sim como uma arte. Encantada com essa diferença cultural, esse respeito à um setor tão importante da economia e porque não, da identidade nacional. Na França a moda é parte da vida das pessoas, do cotidiano, e isso me tocou. Pois ele, o mestre do pret-a-porter faleceu ontem aos 71 anos. Não li em nenhum lugar exatamente o porquê. Fala-se de câncer, de doença degenerativa, mas sabe-se que ele sofria há anos de alguma enfermidade grave. Imigrante argelino, ele construiu um império na cidade das luzes e seu nome só é comparável aos grandes como Chanel e Dior. Apenas a visão da sigla de seu nome remete à MODA, glamour e luxo. Deixa um legado inestimável.